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Olhar para além das realidades penúltimas e ir à procura das últimas, verdadeiras

Entre os dias 12 à 15 de setembro de 2008 o Papa Bento XVI fez uma Viagem Apostólica à França por ocasião do 150º aniversário das aparições de Lourdes. Nesta, ainda no primeiro dia, o papa, fez um belo discurso no encontro com o mundo da cultura, no qual falou das "origens da teologia ocidental e das raízes da cultura europeia".

Segue abaixo algumas frases do seu discurso:
  • "Qual era a motivação que levava as pessoas a reunirem-se nestes lugares (mosteiros)?...quaerere Deum, buscar Deus. Na confusão dos tempo em que nada parecia resistir, eles queriam fazer o essencial: empenhar-se por encontrar aquilo que vale e sempre permanece, encontrar a mesma Vida".
  • "A procura de Deus requer por exigência intrínseca, uma cultura da palavra".
  • "O desejo de Deus, le désir de Dieu, inclui l'amour des lettres, o amor pela palavra, o penetrar em todas as suas dimensões".
  • "A Palavra de Deus introduz-nos nós mesmos no colóquio com Deus".
  • "O homem, que é criado à semelhança de Deus, em consequência do seu abandono do seu abandono de Deus precipita na "zona da dessemelhança" - num afastamento de Deus tal que já não O reflecte mais, tornando-se assim dessemelhante não apenas de Deus, mas também de si próprio, do verdadeiro ser homem".
  • "O cristianismo percebe nas palavras a Palavra, o mesmo Logos, que explica o seu mistério através de tal multiplicidade".
  • "Seria fatal, se a cultura europeia actual conseguisse entender praticamente a liberdade só como a ausência total de vínculos, favorecendo assim inevitavelmente o fanatismo e o arbítrio. A ausência de vínculos e o arbítrio não são a liberdade, mas a sua destruição".
  • "Deus trabalha; continua a trabalhar na e sobre a história dos homens. Em Cristo, entra como Pessoa no trabalho cansativo da história".
  • "Poderíamos dizer que esta é verdadeiramente a atitude filosófica: olhar para além das realidades penúltimas e ir à procura das últimas, verdadeiras."
  • "A universalidade de Deus e a universalidade da razão aberta a Ele constituíam para eles (os primeiros cristãos) o motivo e, ao mesmo tempo, o dever do anúncio".
  • "Na origem de todas as coisas deve estar não a irracionalidade, mas a Razão criativa; não o ocaso cego, mas a liberdade".
  • "A novidade do anúncio cristão é a possibilidade de dizer agora a todos os povos: Ele (Cristo) mostrou-se. Ele em pessoa. E agora está aberto o caminho para Ele".
  • "Uma cultura meramente positivista que relegasse para o âmbito subjectivo, como não científica, a pergunta acerca de Deus, seria a capitulação da razão, a renúncia às suas possibilidades mais elevadas e, portanto, o descalabro do humanismo, cujas consequências não deixariam de ser graves".
  • "O que fundamentou a cultura da Europa, a procura de Deus e a disponibilidade para O escutar, permanece também hoje o fundamento de toda a verdadeira cultura".

Fonte: Vatican.va
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