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CONCLUÍDA NO VATICANO A CONFERÊNCIA SOBRE EVOLUÇÃO

Cidade do Vaticano, 07 mar (RV) – Concluiu-se, no Vaticano, a Conferência internacional sobre o tema “Evolução Biológica: fatos e teorias. Uma avaliação crítica após 150 anos de A origem das espécies”.
Duzentos anos depois do nascimento de Charles Darwin (12 de fevereiro de 1809) e 150 anos após a sua obra mais famosa, “A Origem das espécies”, a Igreja busca encontrar caminhos de diálogo, em resposta aos preconceitos e às falsas posições que lhe são atribuídas.
A iniciativa é organizada pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em colaboração com a Universidade de Notre Dame, EUA, sob o patrocínio do Pontifício Conselho para a Cultura, no âmbito do projeto “Ciência, Teologia e missão ontológica (STOQ: Science, Theology and the Ontological Quest).
Em entrevista ao jornal vaticano, L’Osservatore Romano, o diretor científico do STOQ e vice-diretor da Conferência Internacional, Prof. Gennaro Auletta, declarou: “O tema da biologia evolucionista merece uma séria reconsideração, em virtude de recentes descobertas científicas”.
A idéia, afirmou ainda, é aliar ciência, filosofia e teologia para superar posições e polêmicas “ideológicas” que animam mais do que nunca este debate, marcado por “instrumentalizações” que desembocam num evolucionismo metafísico anti-religioso ou num extremismo fundamentalista, que leva ao criacionismo.
A evolução é interpretada como um passo no sentido da complexidade e da consciência, afirmou o Prof. Ludovico Galleni, docente de zoologia e ética ambiental na Universidade de Pisa, intervindo no Congresso Internacional.
Partindo do pensamento de Teilhard de Chardin, filósofo, teólogo e um dos mais eminentes paleontólogos do século XX, o relator o considerou como um “precursor de muitas questões contemporâneas na biologia evolutiva”. Ele, de fato, levou a “entender a biologia como a ciência da complexidade da vida e a biosfera como um assunto complexo a ser estudado para compreender plenamente os mecanismos de evolução”.
Esta “nova perspectiva na biologia evolutiva”, para Galleni, surgiu de uma necessidade filosófica “para encontrar um lugar especial para a raça humana na natureza”.
“A discussão atual sobre a evolução dos mamíferos no continente é um bom exemplo da validade da proposta de Teilhard”, acrescentou. As teses de Teilhard de Chardin, segundo Galleni, são uma prova de que “a evolução do universo e da vida não se baseia em leis exatamente determinadas, que não deixam qualquer margem para a ação livre das criaturas. A mudança é baseada em mecanismos complexos, nos quais o pensamento oferece as melhores condições para o seu livre agir”.

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