Por Inma Álvarez
VIENNE, sexta-feira, 20 de março de 2009 (ZENIT.org).- Dois deputados franceses divulgaram nas últimas horas seu apoio às palavras de Bento XVI sobre o preservativo como meio insuficiente para lutar contra a AIDS, afirmando por outro lado que se «deformaram» e «exageraram» suas palavras.
Christian Vanneste (deputado pelo norte) e Jacques Remiller (deputado e prefeito de Vienne) utilizaram seus respectivos blogs para defender a postura do Papa.
Afirmam que deformaram-se suas palavras, especialmente por parte da «classe política francesa», que levou a cabo, na opinião de ambos, uma verdadeira «caça às bruxas» contra o Papa.
Segundo Remiller, o que o Papa pediu em Camarões «antes de pedir a gratuidade dos cuidados para os enfermos da AIDS, é que se deixe de considerar o preservativo como uma solução única ao problema da AIDS na África».
«A política de luta contra a AIDS não deve limitar-se, com efeito, à publicidade para os preservativos», destacou este político francês, que objetou que «é certamente um meio eficaz quando é corretamente utilizado, mas sua ampla distribuição não impedirá problemas de conduta graves, tais como os estupros e o incesto».
«O que o Papa recordou antes de tudo, é que a melhor, mais preventiva e mais eficaz via para combater a praga da AIDS e proteger a vida humana reside em uma educação verdadeira na responsabilidade, na investigação médica e na difusão das terapias; e a assistência aos enfermos.»
Por sua parte, Vanneste afirmou que o Papa «não é um político demagogo, mas portador de uma esperança – outros dirão que de um ideal –, e é a partir deste último que se devem compreender e julgar suas palavras».
«Certamente, a massa popular de materialistas e hedonistas evidentemente está mais afastada de poder compreender esta mensagem. A multidão mais concreta de fiéis que se reúne neste momento ao redor do Santo Padre está oferecendo uma resposta melhor», acrescentou.
O político nega que neste tema haja discrepâncias entre João Paulo II e Bento XVI, pois ambos «sempre desejaram a unidade dos cristãos, a união dos crentes e sempre recordaram as exigências morais que são indissociadas do catolicismo».
«João Paulo II não teria dito nada diferente, porque nenhum papa poderia preferir uma resposta mecânica, por outra parte imperfeita, a uma prática moral e espiritual que, por si mesma, é verdadeiramente libertadora», acrescentou.
Para Vanneste, aqueles que «detestavam João Paulo II e seus princípios» não se atreveram a atacá-lo, pois «era o símbolo de um país vítima da opressão comunista» e «um homem de comunicação», algo que não é Bento XVI, contra quem «chegou a hora de desquite, e de quem se colhem seus menores atos ou palavras para criticá-los, não sem antes tê-los deformado e exagerado».
«Houve Ratisbona, houve Williamson, há agora um preservativo e a África», acrescenta.
Fonte: Zenit
Nenhum comentário:
Postar um comentário