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FILOSOFIA ALÉM DO ILUMINISMO E DO RELATIVISMO
"Penso, portanto, que seja não só necessário mas também possível superar o impasse que nos vê oprimidos entre o universalismo moderno e a «insustentável leveza» do relativismo pós-moderno."
(...)
No debate sobre temas que despedaçam a consciência das nações e do mundo inteiro (por exemplo, sobre os temas da eutanásia, do aborto, da política econômica, etc), nós, cristãos, não podemos apoiar nossos argumentos a partir da autoridade do Evangelho, já que nos encontramos discutindo com pessoas (e são a maioria) que não reconhecem esta autoridade.
Devemos fundar racionalmente nossos argumentos. A tradição cristã, neste sentido, ensinou que a filosofia está «ao serviço» da teologia (philosophia ancilla theologiae). E se trata de um serviço prestado em duas frentes: por um lado, a teologia descobre algumas verdades que facilitam a acolhida do Evangelho; por outro lado, a filosofia desmascara alguns erros que impedem a acolhida do Evangelho.
Por outra parte, nós nos sentimos convidados por nossa própria fé a exercitar até o final a razão: um axioma teológico clássico diz: «A graça não destrói a natureza, mas a supõe»; em nosso campo isto pode ser traduzido assim: «A fé não destrói a razão, mas a supõe».
A fé não substitui a razão, mas a completa e a eleva: portanto, é necessário que haja algo a completar e elevar: uma atividade racional que a fé não substitui. Feita esta distinção metodológica, é agora possível sublinhar que para a ética é necessário pôr-se à escuta das grandes tradições religiosas e, em nosso caso, do cristianismo."

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