Papa Bento XVI
"De facto, a nossa fé opõe-se decididamente à resignação que considera o homem incapaz da verdade como se ela fosse demasiado grande para ele. Esta resignação perante a verdade é, segundo a minha convicção, o âmago da crise do Ocidente, da Europa. Se não existe para o homem uma verdade, ele, no fundo, não pode sequer distinguir entre o bem e o mal. E então os grandiosos e maravilhosos conhecimentos da ciência tornam-se ambíguos: podem abrir perspectivas importantes para o bem, para a salvação do homem, mas também e vemo-lo tornar-se uma terrível ameaça, a destruição do homem e do mundo.
Nós temos necessidade da verdade. Mas sem dúvida, devido à nossa história temos medo de que a fé na verdade inclua intolerância. Se este receio, que tem as suas boas razões históricas, nos invade, chegou o momento de olhar para Jesus como o vemos aqui no santuário de Mariazell. Vemo-lo em duas imagens: como menino nos braços da Mãe e, no altar principal da basílica, como crucifixo. Estas duas imagens da basílica dizem-nos: a verdade não se afirma mediante um poder externo, mas é humilde e doa-se ao homem unicamente mediante o poder do seu ser verdadeira. A verdade demonstra-se a si mesma no amor. Nunca é propriedade nossa, um nosso produto, como também o amor nunca se pode produzir, mas só receber e transmitir como dom. Precisamos desta força interior da verdade. Nós, como cristãos, confiamos nesta força da verdade. Dela somos testemunhas. Devemos transmiti-la como dom do mesmo modo como a recebemos, do modo como ela nos foi doada. "
8 de Setembro de 2007
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