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Darwin, Dostoiévski, fé, ciência e razão

Os ateus, que geralmente, "invocam" Charles Darwin, para justificar a ausência de Deus na criação, deveriam ler este texto do autor da Evolução das Espécies:

"...Por maiores que fossem as crises por que passei, nunca desci até o ateísmo, no verdadeiro sentido do termo, isto é, nunca cheguei a negar a existência de Deus.
A impossibilidade de conceber este grande e maravilhoso universo, com nossos "eus" conscientes, como obra do acaso, é, a meu ver, o argumento principal a favor da existência de Deus.
Outro motivo de minha crença na existência de Deus, ligado não ao sentimento, mas à razão, e que, pelo seu grande peso, não pode deixar de impressionar-me, é a extrema dificuldade, ou antes, a radical impossibilidade de conceber o universo, prodigioso e imenso, incluindo o homem com a faculdade de se reportar ao passado e de prever o futuro, como resultado, de um destino ou de uma necessidade cega.
Refletindo sobre isso, sou forçado a admitir uma causa primeira, um espírito inteligente, sob certos aspectos análogo ao do homem.
E mereço, por isso, que me considerem deísta.

Esta conclusão, está fortemente radicada no meu espírito, desde a época em que escrevi A origem das espécies (pp. 354. 356. 363).
Charles Darwin"


E mais: "...O ateísmo é oriundo precisamente dessa idéia de que a adoração não é uma propriedade natural da natureza humana e ele espera o renascimento do homem, abandonado unicamente a si mesmo. Esforça-se por mostrar que o homem será moral quando se libertar da fé. Mas, até hoje, os ateus não mostraram nada. Julga-se a árvore por seus frutos. Ao contrário, mostraram-se apenas uma monstruosidade. A moral, entregue a si mesma ou à ciência, pode desnaturar-se até a abominação extrema."

Fé e moral, Dostoiévski

Obs: Os dois textos estão no livro, As mais belas orações de todos os tempos, em belíssima tradução de Rose Marie Muraro.

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