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Beleza é uma harmonia entre verdade e caridade

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 4 de julho de 2011 (ZENIT.org) – A autêntica beleza emana da harmonia entre a verdade e a caridade, disse hoje Bento XVI.

No átrio da Sala Paulo VI, o Papa inaugurou uma exposição artística em homenagem aos seus 60 anos de sacerdócio, mostra que será exibida até o dia 4 de setembro.

A Igreja e os artistas voltam a encontrar-se, a falar-se, a apoiar a necessidade de um diálogo que busca e deve chegar a ser cada vez mais intenso e articulado”, disse o Papa em seu discurso dirigido aos artistas.

Nesse sentido – prosseguiu – é preciso “oferecer à cultura – mais ainda, às culturas da nossa época – um exemplo eloquente de diálogo fecundo e eficaz, orientado a tornar este nosso mundo mais humano e mais belo”.

Na exposição constam expressões de diversos âmbitos artísticos: pintura, escultura, arquitetura, ourivesaria, fotografia, cinema, música, literatura e poesia.

“Antes de admirá-las junto a vós, permiti que eu me detenha só um momento no sugestivo título desta exposição: ‘O esplendor da verdade, a beleza da caridade’”

O Papa recordou então sua homilia Missa pro eligendo pontifice, onde comentou a expressão de São Paulo na Carta aos Efésios, veritatem facientes in caritate (4,15). Ali ele definiu o “fazer a verdade na caridade” como uma fórmula fundamental da existência cristã.

“E acrescentei: ‘Em Cristo, coincidem verdade e caridade. Na medida em que nos aproximamos de Cristo, também na nossa vida, verdade e caridade fundem-se. A caridade sem verdade seria cega; a verdade sem caridade seria como 'um címbalo que retine'”.

Segundo o Papa, é precisamente “a partir da união – da sinfonia, eu diria –, a partir da perfeita harmonia de verdade e caridade que emana a autêntica beleza, capaz de suscitar admiração, maravilha e alegria verdadeira no coração dos homens”. 

O mundo em que vivemos precisa de que a verdade resplandeça e não seja ofuscada pela mentira nem pela banalidade; precisa de que a caridade inflame e não seja superada pelo orgulho e pelo egoísmo. Precisamos de que a beleza da verdade e da caridade alcance o íntimo do nosso coração e o torne mais humano”, disse.

Bento XVI renovou aos artistas “um convite amistoso e apaixonado”: “não separeis jamais a criatividade artística da verdade e da caridade; não busqueis jamais a beleza longe da verdade e da caridade; pelo contrário: com a riqueza da vossa genialidade, do vosso impulso criativo, sede sempre, com coragem, buscadores da verdade e testemunhas da caridade”.

Pediu ainda a eles: “fazei resplandecer a verdade nas vossas obras e fazei-o de maneira que sua beleza desperte, no olhar e no coração de quem as admira, o desejo de tornar bela e verdadeira a existência, toda existência, enriquecendo-a com esse tesouro que não diminui nunca, que faz da vida uma obra de arte e de cada homem um artista extraordinário: a caridade, o amor”.

O Papa desejou que o Espírito Santo, “artífice de toda a beleza que existe no mundo”, ilumine sempre os artistas e os guie “rumo à Beleza última e definitiva, a que inflama nossa mente e nosso coração e que esperamos poder contemplar um dia em todo o seu esplendor”.

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