Por Inma Álvarez
CIDADE DO VATICANO, domingo, 5 de abril de 2009 (ZENIT.org).- Com sua morte na cruz, Jesus mostrou a lei fundamental da existência humana: aquele que se apega a sua vida, perde-a; e quem renuncia sua vida neste mundo, a guardará para uma vida eterna. Foi o que afirmou hoje o Papa aos jovens presentes na celebração do Domingo de Ramos em Roma, para a XXIV Jornada Mundial da Juventude.
A celebração na Praça de São Pedro acolheu os jovens da diocese de Roma, assim como dois grandes grupos procedentes de Sydney (Autrália) e Madri (Espanha) para a cerimônia de entrega da Cruz e do Ícone da Jornada Mundial da Juventude, que aconteceu depois da Missa, durante ao Ângelus.
«Quem quer ficar com sua vida para si, viver só para si mesmo, abraçar tudo para si e desfrutar todas as possibilidades – precisamente este perde a vida. Esta se converte em fugaz e vazia», explicou o Papa aos jovens, durante a homilia.
«Só o abandono de si mesmo, só no dom desinteressado do eu a favor do tu, só no «sim» à vida maior, própria de Deus, também nossa vida chega a ser ampla e grande», acrescentou.
A Cruz portanto revela o mistério do amor, pois este «significa abandonar-se a si mesmo, doar-se, não querer possuir a si mesmo, mas ser livre: não prender-se a si mesmo – o que será de mim –, mas olhar adiante, para o outro – para Deus e para os homens que Ele me envia».
Esta verdade não deve ser vista como algo abstrato, explicou, mas que «na realidade concreta, não se trata simplesmente de reconhecer um princípio, senão de viver sua verdade, a verdade da cruz e da ressurreição».
«O grande "sim" do momento decisivo em nossa vida – o "sim" à verdade que o Senhor nos põe diante – deve ser depois cotidianamente reconquistado nas situações de todos os dias, nas quais, sempre de novo, devemos abandonar nosso eu, colocar-nos à disposição, quando no fundo queríamos, ao contrário, agarrar-nos a nosso eu», acrescentou.
A uma nova vida reta, afirmou o Papa, «pertence também o sacrifício, a renúncia. Quem promete uma vida sem este sempre novo dom de si, engana as pessoas. Não existe uma vida com realização sem sacrifício». Aceitar, portanto, a cruz na própria vida, explicou Bento XVI aos jovens, supõe que «a glória de Deus, seu senhorio, sua vontade é sempre mais verdadeira que meu pensamento e minha vontade».
A oração consiste em «aprender esta ordem justa da realidade, aceitá-la intimamente; confiar em Deus e crer que Ele está fazendo o justo; que sua vontade é a verdade e o amor; que minha vida chega a ser boa se aprendo a aderir a esta ordem».
«A vida, morte e ressurreição de Jesus são para nós a garantia de que podemos verdadeiramente confiar em Deus. É desta forma que se realiza seu Reino».
Este sinal da cruz, acrescentou o Papa aos jovens, «vai de um lado a outro do mundo, de mar a mar. E nós acompanhamos. Progredimos com ela no caminho e encontramos assim nosso caminho».
«Quando tocamos a Cruz, e mais, quando a levamos, tocamos o mistério de Deus, o mistério de Jesus Cristo», acrescentou, mas «também a lei fundamental, a norma constitutiva de nossa vida, ou seja, o fato de que sem o «sim» à Cruz, sem caminhar em comunhão com Cristo dia a dia, a vida não pode ir bem».
«Quem quer reservar sua vida para si mesmo, a perde. Quem entrega sua vida – cotidianamente, nos pequenos gestos que fazem parte da grande decisão – este a encontra. Esta é a verdade exigente, mas também profundamente bela e libertadora, na qual queremos entrar passo a passo durante o caminho da Cruz através dos continentes», concluiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário