"...Acreditar que exista uma verdade universal, obrigatória e válida na própria história, que se realiza na figura de Jesus Cristo e é transmitida pela fé da Igreja, é considerado uma espécie de fundamentalismo que constituiria um atentado contra o espírito moderno e representaria uma ameaça contra a tolerância e a liberdade. O próprio conceito de diálogo assume um significado radicalmente diferente do que entende o Concílio Vaticano II. O diálogo, ou melhor, a ideologia do diálogo, substitui a missão e a urgência do apelo à conversão: o diálogo não é mais o caminho para descobrir a verdade, o processo através do qual se abre ao outro a profundidade escondida daquilo que ele experimentou na sua experiência religiosa, e que espera que se cumpra e se purifique no encontro com a revelação definitiva e completa de Deus em Jesus Cristo; o diálogo, nas novas concepções ideológicas, que infelizmente penetraram também no mundo católico e em certos ambientes teológicos e culturais, é a essência do “dogma” relativista e o contrário da “conversão” e da “missão”. Em um pensamento relativista, diálogo significa colocar no mesmo plano a própria posição ou a própria fé e as convicções dos outros, de tal modo que tudo se reduza a uma troca de posturas fundamentalmente paritárias e por isso relativas entre elas, com o objetivo superior de alcançar o máximo de colaboração e de integração entre as diversas concepções religiosas."
Trecho da palestra do Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé,
na apresentação do documento vaticano Dominus Iesus.
Sala de Imprensa da Santa Sé, 5 de setembro de 2000
Fonte: Revista Passos
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